27/02/11

esquecida

Parece que é uma insignificante comichão, um singelo percorrer de uma lágrima, inclino a cabeça e reconheço-a, depois de me lavar a cara, explora o meu pescoço e depois o meu peito, sinto cada segundo da sua existência no meu corpo e pergunto-me como é que elas ainda não secaram. Acredito que neste instante a minha cara esteja uma lástima, e que este choro que de repente se tornou num sorriso sem explicação, tenha corrompido toda a minha make up. Consigo até ver os últimos resíduos de água unidos às minhas pestanas! O tempo passa, propaga-se e tolera-se, mas isto está permanente na mesma, o arquiteto ainda não compareceu nas ruínas para principiar a reconstrução, e aí, eu fico sempre no mesmo sítio, não consigo andar, sinto-me imobilizada, presa numa cadeira com cordas. Não consigo é encontrar uma explicação ainda para estar aqui.